sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Benefícios da Amamentação

Eu fiquei chocada com a quantidade de pessoas que conheci que me falaram "amamentar, jamais!". Gente, amamentar é a melhor coisa do mundo! Não só é uma ligação mais que especial com o bebê, mas também é a forma mais saudável de alimentá-lo. Além de conter todas as vitaminas e nutrientes que o neném precisa pra crescer gordinho e saudável, o leite materno contém um número enorme de substâncias que auxiliam na proteção a doenças de todos os tipos. A frase mais verdadeira que eu escutei desde que engravidei: criança que mama não adoece. E, se adoece, não morre. (Tirando, claro, aquela que diz: "Diga adeus ao sono. Você nunca mais vai dormir na vida".)

Um dos maiores estudos sobre os benefícios da amamentação, feito pelo National Institute of Environmental Health Sciences (dos EUA), mostrou que viroses, gripes, prisão de ventre, otite, problemas respiratórios e meningite são significativamente menos prováveis de acontecer em crianças que mamam e, quando acontecem, são menos severas. Isso se deve a uma substância chamada Imunoglobulina A, que forma uma barreira protetora no intestino, nariz e garganta do bebê. A maneira como essa proteção é formada é realmente incrível! O corpo da mãe cria uma resposta aos vírus e às bactérias a que ela é exposta e produz a Imunoglobina A específica para esses agentes patogênicos. Ou seja, o sistema imunológico do seu bebê fica fortalecido contra aquilo a que a mãe foi exposta. Seu leite é fabricado especialmente pro seu bebê, olha que chique!

E acredita-se que essa amamentação durante os primeiro seis meses de vida também ajuda a diminuir as chances de um monte de doenças que podem aparecer quando a criança está mais velha, como diabetes, colesterol alto, pressão alta, úlceras, alergia, obesidade...

Obesidade é bem interessante. O leite materno contém menos insulina do que fórmula (leite em pó pra bebês), e insulina estimula a produção de gordurinha. Por isso que bebê que toma leitinho em pó no primeiro mês de vida engorda mais rápido que os bebês de peito. E esse ganho de peso pode estar associado à obesidade no futuro. A gente não está falando de sobrepeso e estética não tem nada a ver com isso. As pessoas estão cansadas de saber dos problemas de saúde que a obesidade pode trazer, principalmente a crianças.

Alguém já ouviu falar na Síndrome da Morte Súbita Infantil? É aquela que mata as mães (eu) de medo. O bebê dorme e para de respirar. Ninguém sabe direito o motivo, e há milhares de possíveis causas, mas um grande estudo mundial apontou que amamentar - seja exclusivamente ou parcialmente - diminui em 50% a incidência da morte súbita. É um dos maiores motivos para que quase todos os ministérios da saúde do mundo recomendem que mães amamentem pelo máximo de tempo possível.

E olha que legal! Mais de trinta estudos mundiais mostraram uma conexão entre amamentação e desenvolvimento cognitivo. Um desses acompanhou 17 mil (MIL!) crianças, do nascimento até completarem seis anos, e concluíram que a amamentação prolongada e, quando possível, exclusiva, contribui para um maior desenvolvimento mental. Acredita-se que isso é devido ao fator emocional atrelado à amamentação e aos ácidos presentes no leite materno.

E OLHA, EXISTEM BENEFÍCIOS PARA AS MAMÃES TAMBÉM!

O primeiro ponto, que é o mais próximo do nascimento e acontece logo quando o bebê nasce: amamentar diminui significativamente o risco de desenvolver depressão pós-parto. E, quando você pega o jeito da coisa, amamentar é bem relaxante. Cansativo, mas relaxante. O motivo? A amamentação incentiva a produção de oxitocina, um hormônio que promove o bem-estar. E BÔNUS! Oxitocina ajuda seu útero a contrair após o parto.

E todos lutando contra o câncer! Estudos apontam que amamentar diminui o risco de desenvolver câncer no útero e nos ovários. E, aparentemente, amamentar durante um ano é a maior proteção contra câncer de mama.

Sem contar que ajuda a emagrecer depois do parto. Eu perdi sete quilos no primeiro mês (dos onze que eu ganhei durante a gravidez). É uma maravilha. Sabe o que mais é maravilhoso? Não ter que acordar no meio da noite pra esquentar uma mamadeira. Na verdade, não ter que esquentar uma mamadeira a qualquer hora do dia é maravilhoso. É tão prático botar o peito pra fora e dar de comer a qualquer hora, em qualquer lugar rsrs. Minha primeira dose de "graças a deus por leite de peito!" foi quando Lia tomou as primeiras vacinas e teve febre, na mesma época em que eu estava com febre por causa da produção de leite. Sempre que eu dava de mamar, nossas febres abaixavam. Era lindo.

Gente, amamentar é natural. Pode ser difícil no começo, às vezes o bebê não consegue pegar o bico ou o leite demora a descer, às vezes o mamilo fica machucado, a força da sucção dói, a produção causa febre, enfim! Pode ser desagradável no começo, mas isso passa. Com o tempo vira só carinho! Eu tenho amigas que não conseguiram amamentar exclusivamente e, claro, isso acontece. Mas se tiver um pouquinho que seja, é importante dar (e elas deram!). Depois complementa com fórmula (que também não é um bicho de sete cabeças dos infernos e ajuda muitas mães). Mas ter a possibilidade de amamentar e optar por não dar o peito? É uma decisão bem drástica, que deve ser bem considerada antes de qualquer conclusão. ;)



*Post Scriptum: O pediatra de Lia escreve um blog bem bacana, chamado Pediatria e Arte, e recentemente teve um post sobre "a triste queda da amamentação". Vale dar uma lida! http://pediatriaearte.blogspot.com.br/2012/12/a-triste-queda-da-amamentacao.html



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