quinta-feira, 27 de junho de 2013

Amor exagerado

Sabe neném, você tá mais apegada a mim que nunca. Salvo raras noites em que você aceita ser ninada pelo papai, agora você só adormece se for nos meus braços, acorda no meio da noite pra ficar perto de mim, chora quando não sou eu que tiro você do bercinho após um cochilo. Essas são só algumas coisas que venho notando. Muitas pessoas já haviam me dito que você passaria por picos de crescimento e crises emocionais, e eu me pegava pensando "Ai meu deus, como eu vou sobreviver?". Achava que era impossível aguentar mais cansaço do que o que já vinha sentindo. Achava que era aí que eu ia enlouquecer de vez.

Isso é no "antes". Quando me vejo em pleno pico de crescimento e paro pra pensar no que está acontecendo, não tenho muito do que reclamar. Sim, dormir seria fantástico. E poder dividir algumas obrigações com outras pessoas também. Mas não, nada disso me mata. Na verdade, agora, o que me faz pensar "Ai meu deus, como eu sobreviveria" é imaginar você querendo outra pessoa com a intensidade que você me busca. Essa sua mãe masoquista reclama que não dorme, que não tem tempo pra comer, que só vive com uma criança pendurada no peito mas, secretamente, adora esse seu amor exagerado. Não trocaria por nada, absolutamente nada. Meu amor também é exagerado.