domingo, 20 de março de 2016

Obrigada mas eu quero

Estavamos na Livraria Cultura algumas semanas atrás e Lia tava grudada num bichinho de pelúcio hiper mega fofinho (e caro), tentando me convencer a levá-lo pra casa. Fui olhar o preço e SOCORRO R$40,00. Devolvi pra ela guardar.

- Filha, muito caro! Não vamos levar ele hoje, tá bom?
- Ahh obigada, mas eu quero grin emoticon

E deu meia volta como se eu nada tivesse dito.

Lívito

- Mamãããããe, bocê tem que falar com vovó Ana! 

- Que foi, filha?
- É que ela não me deixou ver o lívito!
- Não te deixou ver o que?
- O lívito!
- Não entendi, filha. O que que ela não te deixou ver?
- O líííívito! LÍ-VÍ-TÚ!
- Mãe? O que foi que Lia queria ver e tu não deixou?
- Nada menina, ela tava aqui doidinha pra ver o vômito de Ágata e eu doidinha pra limpar.

~lívito~

sexta-feira, 18 de março de 2016

Gente doida

Hoje rolou um fato chatinho que eu fiquei ponderando se compartilhava ou não. Estou longe de acreditar que seja a norma comum da galera pró-impeachment, mas o fato é que aconteceu e mostra o quão sem noção as pessoas podem ficar quando entram nessa onda de ódio coletivo (dos dois lados). Então, como forma de pedir MENOS INTOLERÂNCIA POR FAVOR, vou escrever estilo historinha de Lia.

Hoje Lia e eu saimos de casa de camisa vermelha. A cor 'fefelida' de Lia é amarelo e a minha é vermelho (e a de papai é verde, e a de vovó Eine é azul, e a de Laninha é rosa e por aí vai), e ela aponta isso a torto e a direito. Saimos de casa e fomos pra parada de ônibus, porque hoje ela foi brincar na casa de um amiguinho. Eu estava NAQUELA vibe de mãe: segurando ela no colo, a minha bolsa, a bolsa dela, uma sombrinha e uma garrafinha de água. E lá vinha o Rio Doce/CDU, lá loooonge, e Lia feliz da vida colocando o dedinho pra fora pra pedir parada.

Eis que passa um homem grisalho, com roupa de estava-caminhando-no-parque e esbarra em mim. Mas esbarrou com TANTA força que eu derrubei a garrafinha de água no chão. Ele estava vindo por trás de mim, então eu imaginei que foi sem querer. Apanhei a garrafinha do chão (haja agachamento) e, quando me levantei, olhei pra ele - que já estava lá na frente, olhando pra trás - e recebi um "porca petralha" resmungado. Eu fiquei tão chocada que só fiz abrir a boca. O ônibus passou logo em seguida, a gente subiu, e Lia me pergunta com cara de trelosa:

- Mamãe, por que aquele homem chamou bocê de porca? Bocê se esqueceu de tomar banhinho hoje, não foi mocinha?!

Pior que não!!! Passei até desodorante, Tetê!!!

quarta-feira, 9 de março de 2016

Historinha do dia

Um papai estava falando pro seu filhote cabeludo que ele precisava cortar o cabelo senão as pessoas iam começar a achar que ele era menina. Lia escutou, né. Marchou pra perto dos dois e, com dedo em riste, meteu o bedelho

- MENINO TAMBÉM TEM CABELO GANDE PURQUÊ MEU AMIGO MATIAS TEM CABELO GANDE E ELE É MENINO E EU TENHO CABELO GANDE E SOU MENINA MAS EU SOU ADOLESCENTE!

E eu, que estava distraida comprando pão na hora, só percebi o bále que ela tava dando no desconhecido quando escutei aquela voz de piolho prendendo os 's' pra cima da população. Mistura de orgulho com ~meu deus~. O pai saiu rindo amarelado, o menino saiu sorrindo felizaço. Eu fiquei segurando o riso pra não tirar a moral da ~adolescente~ que voltava com um bico do tamanho do mundo pra exigir a paçoca dela.