E eis que começamos uma nova fase de nossas vidas! Lia agora é uma menina devidamente matriculada no maternalzinho de uma escola cheia de amor.
Histórico
A escola se chama Jardim Curumim, um jardim de infância inspirado na Pedagogia Waldorf, que acolhe crianças com até 06 anos. Fica um pouco longe de casa, mas é metade do caminho entre Aflitos e Aldeia...então, apesar de ser longe, é o mesmo 'longe' pra qualquer lugar onde estejamos. Já ajuda no planejamento da rotina nossa de cada dia (que, cá entre nós, está realmente precisando ser planejada). Voltando ao Curumim! A escola fica na Caxangá, na rua do Hiper Bompreço. Ali, no meio daquele inferno recifense, existe um oásis de calmaria. O paraíso das crianças - e dos pais - que precisam sair de casa. Ali, nós encontramos a extensão do nosso lar.
Na primeira visita, Lia já adorou. Brincou muito, saiu louca para subir na casinha da árvore, adorou o parquinho com areia, os brinquedos de madeira e tecido (feitos à mão), a casinha de pano, os tocos de madeira (comidinha rs), o ninho do cochilo e, claro, as crianças e jardineiras. Depois desse dia, a gente voltou ainda duas vezes para visitar o Curumim e finalmente chegou o dia de levar Lia para seu primeiro dia de 'aula'.
Aula tem que vir mesmo entre aspas. Porque não é aula no sentido convencional da palavra. Não é um monte de criança que mal sabe andar já tendo tarefa de casa e lições meticulosas para tentar amontoar ali dentro daquela cabeça o máximo de informação possível. É aula no sentido de experiências de vida, onde a criança pode crescer e se desenvolver num ritmo mais lento do que a gente está acostumado nesse mundão competitivo. É correr, pular, brincar, se sujar, comer terra (no caso de Lia), pintar, sentir o cheiro da vida, o gosto, a sensação. É ser criança o dia todo, todos os dias. Aprender a comer sentada, aprender a conviver com outros seres vivos, compartilhar brinquedos, fazer xixi na privada, dar nó na roupa, fazer carinho nas pessoas...
Deu pra notar o quão apaixonados nós estamos? A escolha dessa escola foi a decisão mais fácil da vida rs Começou com a noção de que não queríamos um ensino tradicional pra Lia. Esse pensamento nos levou a pesquisar nossas opções. A princípio, não conhecendo o método Waldorf, ficamos com o pé atrás. Fomos nos informar, pesquisar, ler a respeito, conversar com mães e pais e nos sentimos cada vez mais seguros. Ficamos convictos de que precisava ser um Jardim Waldorf pra abrigar nossa filha. Fomos conhecer as opções das cidades: aqui são o Jardim Sartori (Aldeia), Jardim Maturi (Olinda), Jardim Curumim (Caxangá), Jardim Alecrim (Casa Forte) e Escola Waldorf do Recife (Rosarinho). Se estiver faltando alguma, podem me avisar! Por vários motivos, fomos levados ao Curumim. Um grande foi a linda Juliane Fuchs, nossa querida amiga, uma das Materneiras da escola. Afinal, se é pra deixar a menina com alguém, melhor que seja com uma pessoa em quem você confia 100%. Em dois segundos desenvolvemos laços de afinidade com as outras Jardineiras. Aí pronto, Lia foi pra lá. rs
Primeiro dia
Ela vai pro Curumim à tarde. Lá tem vários coleguinhas. Meninas e meninos lindos, sensíveis e engraçados. Já se meteu a brincar com todos rs
A terça-feira começou corrida. Lia ficou com minha sogra em Aldeia e nós fomos trabalhar. Deu a hora de ir pra escola e o trânsito de Recife não cooperou. Chegamos atrasado. Quase UMA HORA atrasados. Que bela maneira de começar o ano! Mas bom, chegamos, encontramos com Lia e jogamos ela no parquinho. Ela ficou tão animada em ver gente do tamanho dela que esqueceu que tinha pai e mãe. Acabou que a gente passou 30 minutos lá e resolvemos que era melhor ir embora do que ficar sendo ignorado pela criança. Então a gente tirou foto (ou tentou), deu beijinho (ou tentou) e fomos embora sem chorar (ou tentamos...). Brincadeira, ninguém chorou não.
E aí o que se sabe desse dia é que Lia ganhou o apelido de 'Ligeirinha'. Ela ainda precisa trabalhar na coordenação motora dela. Come direitinho mas não se senta pra comer - fica correndo de um lado pro outro ou fica de pé na cadeira. Beliscou frutas, mas queria mesmo era comer bolo. Bebeu bastante 'iaia' (água) e suco de maracujá. Já sabe o nome de uma coleguinha, Malu. Tem outra Lia na turma dela, e essa Lia é calma e observadora. O primeiro amiguinho a brincar com ela se chama Ilian. Ele chamou ela pra subir na casa da árvore. E tem um menino chamado João, que é mais velho e carinhoso. Diz que as meninas parecem princesas quando saem do banho e faz carinho das crianças que estão deitadas tirando um cochilo. Tem uma menina chamada Cecília que me lembra muito Lia - não sei porque ainda. E aí tem as Jardineiras e Marterneiras. Juliane e Diana cuidam dos pequenos. São serenas e conseguem se desdobrar em 40 para dar uma atenção especial a cada um dos bebês. Conceição é a Jardineira-mor. Dona da escola, ela é a simpatia em pessoa. E está sempre por lá, acolhendo pais e filhos. Lúcia também é Jardineira, um doce de mulher. Lia se derreteu no colo dela. Clara é bem dinâmica e divertida, dá pra notar que todas as crianças adoram estar perto dela. E eu repito. O Curumim é um lar.
Aí pronto de novo! Lia chegou em casa jantada, banhada e MORTA. Dormiu assim que chegou e ficou ansiosa para voltar no dia seguinte. Acordou mil vezes no meio da noite perguntando pelo coleguinhas, levantou cedo e não pregou o olho durante a manhã. Cochilou 15 minutos no carro, no caminho pra escola, e passou mais uma tarde linda no jardinzinho. E aí o trânsito da bestafera de Recife fez a gente demorar uma vida e uma morte pra chegar na escolinha. Ela sentou na cadeirinha do carro e dormiu. Tá desmaiada até agora lá no berço. =)
Fotos
(Perdoem as fotos terríveis que meu celular tirou)
Oi Julia! Foi muito bom ler seu texto, porque estamos nos preparando para colocar nossa pequena num jardim walford e estamos considerando o curumim. Como foi o restante da experiencia de Lia? Voce recomenda? Um abraco!
ResponderExcluir