domingo, 15 de maio de 2016

Dias bons, dias não tão bons



Hoje foi um daqueles dias em que a gente senta na cama, respira fundo e segura a cabeça com as mãos exaustas.

Já faz algum tempo que Lia não me dá tanto trabalho consecutivo. Todos os dias temos os momentos difíceis, mas em geral eles não duram muito tempo e ela tem uma capacidade de atenção maior para escutar, entender e se recuperar de um ‘tantrum’.

Mas de tempos em tempos ainda passamos por aquele dia do cão, onde nada satisfaz completamente, onde ela está impaciente e agoniada e super propensa a implicar com tudo que se diz ou se faz. Parece que, nesses dias, o mundo entra em complô com ela e tudo dá errado.

Hoje Lia já acordou mal-humorada, que por si só já é algo raro. Por sorte ela é uma criança que acorda bem simpática e animada (às 5:30 da manhã, meu deus), mas hoje ela acordou choramingando e dizendo que estava com fome, mas não aceitando comer nada que era oferecido. A manhã variou entre momentos que ela fazia alguma trela perigosa (do tipo ficar pulando de sofá pra sofá ou tentando escalar a estante), eu reclamava e pedia pra parar, ela continuava, eu reclamava mais, ela continuava e, como não estava prestando muita atenção no que estava fazendo, caia e chorava. Ou então eu perdia a paciência, reclamava num tom mais alto e ela chorava porque estava levando carão.

Resolvi tirar ela de casa depois do café da manhã e fomos ao parquinho que fica na nossa rua, mas estava quente e ela não curtiu brincar no calor. Então voltamos pra casa, estressadas e suadas, pra tomar banho e nos arrumar para ir almoçar. Ela se acalmou na hora do banho, brincou bastante, mas deu trabalho na hora de se vestir, rolando de um lado pro outro, não querendo pentear o cabelo, rebuliçando mesmo. Ela ficou grudada comigo enquanto eu me vestia (literalmente pendurada na minha perna) e – claro – derramou suco na cama que havia acabado de ser forrada com lençóis limpinhos.


O almoço correu bem, mas ela não queria comer sozinha e também não queria que ninguém desse a comida para ela – só eu. Lá vai a mãe dar comidinha beeeem devagarzinho, no passo do neném, enquanto lia historinha e passava fome. Acabou o almoço de Lia, fui fazer o meu prato e comer com ela no colo, conversando sem parar e pedindo pra ir brincar. Depois do almoço fomos no Recife Antigo, onde ela se animou bastante, principalmente porque estava chegando perto da principal expectativa do dia: o aniversário de Dante. Mas claro, como tudo nesses dias tem que dar errado, o carro quebrou. E Lia, que não tem obrigação nenhuma de entender que carros quebram e planos mudam contra nossa vontade, ficou arrasada quando acordou em casa do seu cochilo e descobriu que não íamos para o aniversário mais. Fui tentar animar ela fazendo *sessão pipoca* na cama – e deu certo...pra ela. Pra mim não tanto, já que ela derramou pipoca pelo menos quatro vezes. Em algum momento aí também rolou um episódio de toddynho derramado, muita tristeza e xixi escapulido. 

Completamente exausta, respirei fundo e resolvi que ia fazer o banho mais relaxante da face da terra para aquela criança. Diminui as luzes, coloquei água quentinha na banheira e dei um banho completo com massagem de cabeça e musica Tibetana (sério). Enrolei ela na toalha e levei pro quarto ainda escuro, e fiquei segurando ela na cama, cantando musiquinha baixinho e fazendo cafuné até ela adormecer nos meus braços (demorou bastante, eu precisei lembrar de respirar fundo várias vezes) e o dia, graças a deus, acabou de forma menos histérica.