sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Um ano de amor

Tanta coisa aconteceu nesse últimos meses e tão pouco tempo para documentá-las por aqui. De tudo, a mais importante não vai passar em branco: Lia completou um ano de vida fora da barriga.

Eu gostaria de escrever algo bonito e significativo, algo que ela pudesse ler todos os anos no aniversário dela e ter a mais absoluta certeza de que ela é a pessoa mais importante no mundo. Já sentei, escrevi, apaguei, escrevi, apaguei e escrevi e apaguei. Nada chega ao nível que eu quero, provavelmente porque eu ando tão zoró que recentemente chamei o berço dela de "lixo" (numa confusão de palavras completamente inocente!). Ainda chego lá, mas hoje quero escrever pra contar pra todo mundo o que esse ano significou pra gente.

Eu reclamo muito que não durmo. Podem ter certeza, eu estou ciente! É meu assunto mais recorrente e não por menos. É absolutamente exaustivo trabalhar, cuidar de uma criança e não ter aquelas oito horas de descanso que todo mundo diz que o ser humano precisa pra estar nos trinques. Durante seis meses, também reclamei da minha dieta de mãe lactante, e dos dentes que estavam nascendo, das vacinas que causam reação, da dificuldade de fazer a criança comer, da saudade quando passo tempo longe dela. Eu reclamei muito! Mas eu espero que, entre esse piripaques nervosos, eu tenha conseguido passar pra vocês o quanto eu amo essa criança.

O amor não veio imediatamente. Claro que eu gostava dela e tinha consciência que aquele bebê era minha filha. Mas aquele amor incondicional, aquela coisa esmagadora que supostamente toda mãe sente pela cria assim que ela pula pra fora de você, aquilo não veio imediatamente. E eu queria muito que alguém tivesse me informado que isso é completamente normal, porque eu me sentia um lixo desnaturado. Olhava pro bebê e pensava "Meu deus, eu não amo minha filha incondicionalmente! EU TENHO PROBLEMAS!". (Sem falar que eu não consegui chamar ela de "filha" até ela completar uns sete meses). Através de muita conversa e leitura, passei a entender que era um sentimento comum. Acho que por isso faço tanta questão de falar a torto e a direito que esse amor a gente desenvolve aos poucos. Futuras mães, vocês não são desnaturadas! Vocês vão amar incondicionalmente seus filhos. Depois de alguns meses...

O amor não veio imediatamente, mas foi construído. E, hoje em dia, não consigo imaginar um amor maior. Vale falar que eu achava a mesma coisa dois meses atrás, e, incrivelmente, eu a amo ainda mais hoje em dia. Daqui a dois meses esse amor vai estar maior e ele vai crescer durante a vida inteira. Mas a cada dia, é o maior amor que existe na minha vida. É a maior pessoa.

Futuras mamães, também é normal ficar deprimidinha depois do parto. Não quer dizer que você esteja com depressão pós-parto, mas, se estiver, também não tem problema! Vai lá falar com seu médico e se cuidar.  É culpa dos hormônios, não é culpa sua. Eu chorava quase toda vez que precisava ficar sozinha com Lia. Eu tinha medo que algo acontecesse, que eu não soubesse cuidar dela, eu tinha até medo dela. Mas fomos nos acostumando uma com a outra, e eu fui notando que bebês não são tão delicados quanto se pensa. Vocês não vão matar seus filhos. Mesmo que eles caiam no chão, vai ficar tudo bem. Você vai se doer mais que eles.

Eu aprendi a ouvir conselhos e agradecer por eles. Alguns eu segui, outros não. No começo, ficava muito ofendida quando alguém me aconselhava a fazer algo de certa maneira. OBRIGADA, EU SOU A MÃE, AGORA VAZA! Hoje em dia, não sei como teria sobrevivido sem alguns conselhos de ouro (Rejane, um beijo pra você!). Tenho muitas, muitas pessoas a quem agradecer por esse ano. Minha mãe, minha sogra, minha Lina, minhas tias, primas, amigas. E a Gilberto. Você mudou minha vida, me deu o privilégio de ser mãe de Lia. Obrigada pela paciência, pelo apoio e por não me julgar pelas burradas ou barbaridades que saem da minha boca.  <3

Lia me ensinou a ser outra pessoa. O clichê: uma pessoa melhor. Mas é verdade. Me ensinou a ser uma pessoa mais responsável, saudável e paciente. Me ensinou o que é amor completo. Me ensinou o que é ter a certeza mais absoluta que você daria sua vida, sua vida todinha, por outra pessoa. E não conseguir lembrar como era a vida antes dela. Ela foi um presentinho cor de rosa que veio de surpresa, mas que sempre foi muito bem vinda. Ela transformou a vida da minha família inteira. Ela traz uma luz especial pras nossas vidas todos os dias. Me dá o privilégio de vê-la crescer e se desenvolver, se tornar um ser humano da melhor qualidade. Quando disserem que uma criança é uma benção, não façam cara de descolado e achem brega. Não tem coisa mais linda no mundo que o primeiro chute, o primeiro choro e o primeiro olhar de um bebê. O nascimento de uma criança é, de fato, uma nova esperança para o mundo. O primeiro ano de uma criança é absolutamente maravilhoso, imagina os anos seguintes!

Lia, estamos ansiosos pra passar o resto de nossas vidas com você :)



4 comentários:

  1. Que lindo! Acho muito legal quem fala/escreve com sinceridade seja sobre o que for, mas principalmente sobre assuntos assim, que costumam ser abordados com tanto mimimi. Parabéns pelo blog, pela força e pela filhota linda :)

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    1. Muito obrigada pelo lindo elogio, Luísa :) Me deixa muito lisonjeada que você está acompanhando nossa história (e bastante tranquila que não ficou parecendo que eu sou uma mãe horrorosa hahaha)

      Bjs!

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  2. Que lindo, lindo e lindo!!! Torço muito por vocês e admiro muito. Beijo

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  3. Julia, dear, vc é uma mãe linda! Lia vai ter tanto orgulho de poder ler essas coisas todas no futuro...
    beijos mil

    Carol Falcão

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